24 DE JUNHO DE 1985 , dia de “ San Jon” , ficou
computorizado na memória de MCM e de ASO como o dia de PROIBIÇÃO DO AMOR, na
Provincia Federativa do Norte ( João Galego, Fundo das Figueiras e Cabeça dos
Tarafes ) da Republica de Bubista, membro de União Federativa da Republica de
Cabo Verde.
A seguir às actividades religiosas as duas almas
(mcm e aso) deambularam de mãos dadas, pelas ruas profanas de Fundo das
Figueiras, a Capital da Província de São João Baptista, ilha de Bubista, em
honra ao santo padroeiro do Norte das Dunas Cristalinas, contemplando a
paisagem festiva, fazendo uma ou outra parada em casa de amigas, para solver a
tradicional canja de "kapod".
À tardinha, a bordo de um único camião da Câmara
Municipal de Bubista (CMB), conduzido por Paz de Nha Bili, rumaram à Cabeça de
Tarafes, torrão natal de MCM, tendo desembarcados à frente de casa do Sr.
Sabino de Bilinha (SB), paragem obrigatória para os forasteiros apresentarem o Visto de Entrada. De seguida marcharam,
a passos ordenário, ao Palácio Real da Princesa, para um pedido de mão de
franguinha. A Rainha Bia que aguardava aflita a cabrita “desenfiada” (fugitiva), à “Porta de Armas“, com medo
de perder a posse útil da donzela, permitiu a entrada do TUBARÃO AZUL da ilha
de Viana, com uma pedra na mão.
“Sen pel na kara”, contra a vontade de D. Bia, S aceitou
o convite de MCM de ancorar para reabastecer
de comestível (“kafé di Fogu, Xa d mot, let i kej d kabra, bulaxa suzuda de
“ ka môn marin” , kek i kamoka, midj ilhod i txitxorr asod, kaskus d putona i d
midj d terra , fungin d midj / fdjoz , kok d arbaton” , etc...) como pretexto
para desferir um tiro certeiro ao alvo camuflado de
tarafes, à "barba cara" de Rainha de Tapume.
Enquanto esperavam ser servido o lanche da tarde,
na Sala de Visita, o Leão Olisanto e Gata de Arvatão, longe
das antenas de Dona Tarafe, debateram sobre os princípios básicos do Pacto
de Capitulação que, devido a
uma aliança de ouro soviético encravado no anelar esquerdo de A, ficou
adiado a capitulação, sem data marcada. Em contra partida, assumiram um “ acordo
de cabreiro” de realização de um novo encontro em território
neutro ( “Spingera” ), vigiado pela Junta da Salvação dos Namorados
(JSN) de Cidade Sal Rei, a Capital da República, para a assinatura o referido
Pacto.
Mesa posta, dirigiu-se à sala de jantar, ao lado
PM, para devorar a merenda e meter uma
colherada, sendo possível, no prato de MCM , desejosa de entregar a carne real ao leão esfomeado, famoso em
artes de caça às formiguinhas da República Federativa de Bubista. Estância de
Baixo e Rabil, duas praças da proeza desse TUBARÃO AZUL!
Da sala de jantar, onde era servido os lanches de
ocasiões, em coluna fileira, a passos de revista, PM e AO, dirigiram-se à Sala
de Conferência ( Visita ) para traçar as estratégias do baile da noite, no
Salão ( “DISCOTECA” ) de Nha Sabino de Bilinha.
A Madame Tarafe, consciente do perigo que corria
a donzela, em cumplicidade com os habitantes domesticados de
tapume ( galinhas, galinhas de mato, corvos, pombas e pardais; cabras, vacas, bestas, éguas e porcos; lagartixas, formigas, baga-bagas, grilos, etc...),
mandou contratar o Cabo de Tepume ( o Natão ) e mais outros
tantos capangas para proteger a bezerra, nessa noite diabólica de caça, das
manobras perigosas do “bonzamig” , especialista em operações
de assalto aos corações indefesos.
Cerca das 22h00, o salão a arder das
irradiações de Petromax e de poluição sonora de PICAPE, os bailarinos da
noite, sempre vigiados por olheiros ( pais ou irmãos ) e Guarda-costas
ladeadas de armas convencionais ( kafukas, lamparinas, binóculos,
catanas, manducos, matracas, fundas, cordas, etc.), entraram em luta de corpo e alma até ao romper do sol.
PM e AS, surpreendidos perante a supremacia do
inimigo entrincheirado no campo da batalha ( pista
de dança ), alteraram o plano de combate, recorrendo às
coladeiras, ao fundo da sala, para ludibriar a emboscada
montada pelo genial “Cabo do Tapume “ da Corte Real, treinado
nas Milícias Populares pelo General de Barras de Saia. De se recordar que no
reportório do DJ – Nha Sabino, raro eram as mornas!A princesa da noite, rodeada de guarda-costas e
de espiões (CIA e KGB), preparados
para o combate noturno, encomendados pela rainha do império de Tarafe, compreendendo a mudança brusca da situação,
também, mudou a táctica para despistar as capangas
contradas pela dona B de B, que não a
deixava enlaçar ao pescoço do Capitao do Amor, trocando de par, ou indo à
varando frequentemente para fingir tomar ar.
Noite adentro , antes da “ ORA DI BAI ”, o salão
ainda repleto de almas embriagadas pela musica a rachar o telhado e a bloquear
as investidas dos pombinhos enamorados, e das irradiações de petromax a arder o
palco, e brilhando como o Sol ao meio-dia, AS “SARIDJANDU ” e
cantando ao ouvido de M, fora dos radares dos espiões pagos, rodando de um lado
a outro, como o Farol de “ Mor-Nego”, aproveitou uma das raras
mornas para desferir uma rajada de beijo
ao rosto rasado da meldade , de olhos mortos como “puta
na gata“, a estremecer de desejo
e medo de ser apanhada em flagrante delito, para não ser condenada a 100
chibatadas e apedrejada na praça de
namorados, no centro da cidade de Tarafe.
Depois desta ofensiva (investida) impopular, o
estrangeirado cumpriu à risca o ditado popular que diz que : "todo
o cuidado é pouco" aos binóculos de Natão, o eterno e terrível Cabo do Tapume , treinado nas MP da República
de Camarada, pelo o então Comandante em Chefe de “ Barras de Saia
“, o General de “ Boina Preto “ da ilha berço das mornas.
Taticamente retiraram da Linha de Frente,
passando à Retaguarda (indo à
varanda ou ao bar) com a missão de :
1- Reagrupar as Forças e Meios para organizar
e consolidar a posição;
2- Registar os prováveis danos colaterais ;
3-Fazer a manutenção do equipamento bélico não
convencional e reabastecer de comestíveis;
4- Contra-atacar à hora a indicar do dia D com
todas as forças e meios disponíveis para atingir o objetivo final – Capitulação total e perpetua de MCM.
Apertado o cerco, chegaram ao consenso de fazer
um recuo estratégico para o assalto final, à hora H,
do dia D, longe das antenas dos espiões de Tarafes , na Cidade
Capital da República Federada - Porto de Sal Rei !
Cabeça dos Tarafes, ilhéu da Rapública de Bubista, situada na provincia do Norte, a
seguir a Fundo das Figueiras, mergulhada numa profunda CRESE DE FÊMEAS, desde os anos 60, luta para salvar uma barra de saia desse fenómeno MIGRAÇÂO que vem condenando as meldades ao exílio forçado. Umas, por falta de recursos, saíram à
procura de vida melhor no território nacional ( Djadsal, Sonsent e Praia Maria );
e outras, em busca do tesouro de ouro, partiram em massa para a terra longe
(Portugal, Itália, França e Espanha ). MCM não resistiu a essa tentação de partir,
tendo, mais tarde , aterrado a República de Djadsal, onde pariu a primeira cria
(Kilu), antes de arrumar a mala com destino para Portugal, onde viria a ter
mais duas cabritas (AN e AR), seguindo a tradição de Tarafes cantada pela Gaby
Star de "Djalunga" : "mnininhas de tarafe kre so pari fema...".
OBS: O texto vendo
adeptado. Ultimo adeptação 06/06/13
Boa Vista, 27 de Junho de 1985
Olisanto Nateliza Nobre