sexta-feira, 21 de outubro de 2016

ESCOLA DE VIDA-ABELIMA-ROCHA

A 09/06/2016, recebi o livro "ESCOLA DA VIDA"-Memorias de um cabrer, ke o meu colega de 1975 Rocha me ofereceu com a seguinte dedicatória: "Ao colega de 1975, Santiago Oliveira". Li o PREFÁCIO, assinado pelo meu amigo e também colega do tempo de luta pla INDEPENDÊNCIA de Cabo Verde, e mais umas duas paginas do CAPITULO I -CURRAL VELHO. Parei pra dar oportunidade a outros livros ke deram entrada primeiro, sem pensar ke ROCHA, NOME DE GUERRA DESSE TEMPO REVOLUCIONÁRIO, iria partir sem concluir a leitura. Se tivesse dado conta ke o colega estava de partida, pagina 23 do citado capitulo - "Eu sou um amoroso do Curral Velho, tenho feito muito mas não tenho mais energia, e os meus 69 anos, não me ajudam.", teria concluído a leitura da obra.
Hj, 09/10/2016, N po "Ramon del Valle-Inclan" de Tirano Banderas de part, pa unra revolusionar Rocha. Autor,kunpozitor y muzg Abel Lima, N ka kunxe. No separa na 1975. Un o ote bez no udja na bubista, sen oportunidad de rekurdar 1975. One pasod nun dia spesial, felesiment de Bibia, no ankuntra de pert. El ka kunxe-m kont N kunpriminta-l. Dias 

spos el liba si família pa salba Papai. Nu turna udja pa ultmu bez y pa senpre. Rocha, spos de 25 de abril de 1974, ben de Fransa ma familia, pa junta ma ots kamarada, pa ajeda PAIGC na mobilizasaun de jovens pa luta d'independensia de Kab Verd.Fui muments de txeu euforia e utopia alguns jovens de Port prinsipalment. N ta linbra Oldegar de ka Jul de Zinha, Valda de ka nha Xonga, tanbe na mund de verdad, ke ma mi reprezinta partid PAIGC na runiaun ma ALTU KOMISARIU PA DESKOLINIZASON.Dot lod no tinha Luizinha de Toka ( nha miga) y nha Dminga, ta dfendé kuntinuasaun na rejime purtugez.
Adeus kamarada, deskansa na paz!!!

Felesé na Fransa 07/10/2016

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

VIADA E MORTE DE MÃOS DADAS

VIDA E MORTE DE MÃOS DADAS (9)

"Mientras dormia", após ter comemorado o meu aniversario de 200 anos de idade, sentindo ainda jovem, morri com dignidade, em uma cama de um CENTRO DE IDOSO do Mindelo, a minha cidade de utopia, dia acordado com o pai todo poderoso, de modo a permitir aos meus familiares residentes e na diáspora assistirem a minha desencarnação, e a me acompanhar à minha MORADA CERTA, via quartel da PRM, em Alto de Morabeza, pra uma cerimónia de praxis, reservada aos oficiais militares de QP, passando por Madeiralzinho, pra uma paragem relâmpago em frente a casa onde passei os meus primeiros anos de vida terrena, até ser deportado pra Boa Vista, por delito comum de solteiriço irresponsável.   

Era pra ser cremado, as minhas cinzas lançadas nos mares de S.Vicente, S.Nicolau, Boa Vista e Sal, por falta de legislação, fui sepultado na CAVE número 384, onde se encontra os restos mortais de mãe – MNS, sito na rua 27 esquerdo de “CPT” / 1888, com direito a honras militares, por ser Soldado de segunda geração dos combatentes de Liberdade da Pátria, ou combatentes de Independência, Liberdade e Justiça. A leitura de (AUTO)BIOGRAFIA DO SALDADO-CIDADAO, por mim escrita, feita por um capitão infante, deixou a comitiva de sociedade civil, política e militar em lágrimas. Palmas prolongadas e gritos de choro inconsolado, ao som dos disparos em rajadas alternadas de metralhadora Kalashnikov AK-47, me arrepiava de emoção, ao ponto de querer desistir de viagem, e ficar pra sempre com a gente boa (NATELIZA-SDT, FAMILIRES, ALFAMARIAS, AMIGAS E AMIGOS)! Antes de descer ao abrigo de eternidade, NATELIZA-SDT recebeu a Bandeira Nacional, o Chapéu de gala,e as insígnias (objectos pessoais), pra recordação do capitão de areia/salina/lajinha.

A minha passagem e as cerimónias fúnebres foram retratadas e filmadas por mim, com a minha Canon, juntinho comigo a sete palmos, como recordação e reconhecimento do meu tributo neste mundo escola. Durante dias, tempo permitido como manda a tradição para o ritmo de morte, a minha alma permaneceu no espaço terreno, a vigiar e a registar todos os movimentos de solidariedade, pra ter a certeza do quanto fui querido e respeitado.

O reencontro com os meus camaradas de armas, que tinham partido há séculos, foi maravilhoso. Muita festa e convívio, com curiosidade em saber dos festivais, aos sábados, de Rua de Lisboa, e se a viagem tinha “kurrid dret” e como tinha deixado a Terra. Assim na Terra como no Céu!

Ao lerem esse Testemunho de Passamento, muitos vão rir, enquanto outros, vão achar que estava louco. Que me perdoa! Era pra ser em versos, contrapondo a outros poemas sobre a minha morte, mas por congeminação viral de “La vida y la muerte de Marcelino Iturriaga” de Javier MARIAS em “Mientras ellas duermen”, acabei escrevinhando neste estilo mitigado de candidato a presidente a algum cargo no além!

Um abração, bem mindelense, aos meus sempre queridos, que permanecerão por muitos anos nesse mundo-escola. Podem contar comigo, pra um favorzinho junto das Forças Superior, no Mundo Astral!

Txan de Marinha, 15/10/2015

Capitão Olisanto Nateliza